terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sete menos Um

Já não sinto pena nem vontade de consolar. Ouvi a pouco que me voltei para uma só coisa, que nada mais me importa. Não sei como poderia ser diferente, como não começar a dar valor para o que faz bem e abstrair o que não adiciona nada.
É complicado... sempre é complicado demais. O carinho é o mesmo – talvez menor, não sei dizer – mas a vontade de cuidar já não é.
Não ligo mais para prantos e dores, não me comovo com lagrimas, não me incomodo com o silencio e não me desespero pela saudade – até porque não sinto falta.
Devo admitir que penso muito sobre o que já foi, que gostaria de voltar, mas já desisti de tentar fazer ser como era.
Não dá para mudar o sentido do rio e cansei de nadar contra a corrente. É tão inútil quanto rodar o ponteiro do relógio no sentido anti-horário para voltar no tempo. Não adianta nada.
Seria bom ver que alguém liga, mas todos só sabem culpar e nunca tentam – por mais que falem que irão – mudar.
De palavras a minha boca está lotada, não quero promessas nem desculpas. O que foi não será novamente, só não esperem que eu seja como fui.

“Sou sempre a mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.”
Clarice Lispector.

Um comentário:

  1. Sem palavras meu, vc se expressa com muita facilidade... me identifiquei com certas partes como ' É tão inútil quanto rodar o ponteiro do relógio no sentido anti-horário para voltar no tempo. Não adianta nada'. Te amo

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