segunda-feira, 31 de agosto de 2009

110 V

Poderia ter te amado pra sempre sem olhar para trás.
Teríamos sido felizes, criaríamos lindas crianças e envelheceríamos juntas, falando do passado.
O improvável seria lei todos os dias, fosse num aniversário ou numa quarta-feira qualquer.
Acordaria todos os dias ao teu lado e te beijaria, talvez dissesse baixinho que eu te amo, talvez não.
Você provavelmente levaria café na cama pra mim e talvez eu te desse rosas.
Talvez você me traísse, e eu também. Brigaríamos todos os dias, não nos olharíamos nos olhos e eu te mandaria dormir no sofá, você me trancaria pra fora de casa.
Eu jogaria todas as suas roupas pela janela e você tiraria as minhas.
Nos separaríamos por um ou dois anos, mas voltaríamos a ficar juntas no momento em que nos encontrássemos na rua por um acaso.
Você me roubaria um beijo se eu não o roubasse antes.
Continuaríamos a discutir sempre e eu jogaria tudo na sua cara.
Tenho certeza de que teríamos sido muito felizes, mas você desistiu de si mesma, de mim, das possibilidades e das expectativas.
Ao olhar para trás sem pensar no futuro, você me fez perceber que possibilidades são encontradas a cada esquina, em cada pessoa, a cada novo segundo, que o fato de poder não quer dizer que se deve.
Eu poderia ter te amado sem olhar para trás, mas escolhi seguir em frente.


“Não se ama duas vezes a mesma mulher”
Olavo Bilac

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Olá, estranho

É incrível como pensamos que temos todas as respostas,
Mas quando menos percebemos perdemos o que mais amávamos por não saber o que responder...
Nunca é fácil ver alguém partir,
Muito menos quando não podemos fazer nada e temos que assistir lentamente aquela pessoa sair da sua vida...
Os textos não fazem mais sentido e palavras não completam as lacunas.
Não sinto as batidas, meu coração está latente.
Quero fugir...quero gritar.
Quero você.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Passar dos Dias, O Passar da Vida

Quando observamos a mesma paisagem por muito tempo,
o colorido que divertia e entretia passa a ser o enjôo a cada acordar.
A janela que abríamos para respirar ou fumar um cigarro agora o tempo todo permanece fechada.
Sem vontade de levantar, se arrumar ou de qualquer coisa.
Poder nem sempre é querer, mas quanto menos posso mais eu quero.
Acabei de perder o que eu nem sabia que tinha,
passo dias e dias pensando e repensando toda a minha vida, na maior parte do tempo com lágrimas secas que escorreram no meu rosto.
Fico pensando nas mil e uma aventuras que não vou vivenciar e infinitas indagações que não vou responder.
Não quero permanecer nem abandonar.
Cansei novamente da monotonia, porque agora tudo o que me pertence é aquela velha e conhecida monocromia que a vida ofereceu.


As pessoas não percebem o valor do que tem até perder, pode ter certeza.